Como parte da programação da 31ª Bienal, a Agência Popular de Cultura Solano Trindade reuniu coletivos da cultura popular de diversos bairros de São Paulo e prepara saraus e performances para o público da mostra. Veja o manifesto do grupo:
Sim! Nós somos a cidade!
A periferia, que está em todo lugar, é a arte de toda parte.
As culturas tradicionais e periféricas se irmanam para uma união que legitima a ancestralidade e celebra a contemporaneidade, presente em quem sente aquele friozinho na barriga quando o Marco Pezão grita: “NÓIS É PONTE E ATRAVESSA QUALQUER RIO” – centro é periferia, periferia é centro!
Como falar de coisas que existem e a sociedade finge que não existem? Sim, o racismo existe, desigualdade social está aí e você vê, você sente, eles atiram pra depois saber quem é, os encapuzados estão aí transformando a minha quebrada num grande cárcere social.
Na #31Bienal, vamos começar pelo Treme Terra. Uma performance de esculturas sonoras atuando como ferramenta de (re)conexão ancestral. A música sendo ferramenta que reorganiza nossos átomos ancestrais, criando uma bio-interação artística em que os participantes experimentam sons que vêm do interior de cada um, como num processo de meditação entre os homens e a natureza. Treme Terra – Esculturas Sonoras na abertura da #31Bienal reconecta povos de matriz africana, cultura periférica e povos indígenas numa intervenção que emana a força dos povos iorubá e guarani.
Vamos levar saraus, entregar livros, apresentar espetáculos de dança, distribuir cultura. Num momento em que as relações de força estão sendo questionadas e colocadas em “xeque”, com certeza a sociedade vai ficar em “choque”, quando a nossa arma mais poderosa – a palavra – ecoar dentro de cada um. E quem der a si mesmo a oportunidade vai poder se envolver na força motriz que mantém essa diversidade cultural circulando.
A #31Bienal pode ser o grito da favela! Olhar para o alto e ouvir o poeta Binho dizer que “uma andorinha só não faz verão, mas pode acordar o bando todo”. Então vem que vem os bandos da zona Sul, da Norte, da Leste e da Oeste, de todos os cantos. Do Jardim Ibirapuera até o Parque do Ibirapuera, esbravejando que “A POESIA SALVA VIDAS” e que com nóis é assim: “PRETO NO BRANCO”.
Por fim, deixamos uma inspiração do poeta do povo, Solano Trindade, que diz “PESQUISAI NA FONTE DE ORIGEM E DEVOLVEI AO POVO EM FORMA DE ARTE”.
Tamu juntu!
Aline Maria – Leonardo Brito – Rafael Mesquita – Thiago Vinicius – Alex Barcellos – Aderbal Ashogun
Giovani Baffô – O Menor Sarau do Mundo
Flávia D’Álima – Encena Cia de Teatro
Alex Barcellos – Narra Várzea • Marco Pezão – Sarau A Plenos Pulmões
Pedro Duck (Coletivo T’amo Vivo) – Sarau Preto no Branco
Katia Paixão – Barracão Capoeira Etnia • Aline Maria – Ateliê Popularte
Giovani Baffô e Ana Carulina Laet – Jazz na Kombi
Mc Preto – Bonde Sak Funk • Akins Kinte – Narra Várzea
Washington Gabriel – Núcleo de Dança Pélagos • Aline Maria – Ateliê Popularte
Juninho – Círculo Palmarino • Baltazar Honório – Zica do Mato
Thiago Vinicius – União Popular de Mulheres • Gamão – Raxa Kuka Produções • Jaime Diko Lopes – Sarau Versos em Versos • Aline Maria – Ateliê Popularte • Alex Barcellos – Narra Várzea
Sofia Serafim – Núcleo de Dança Pélagos
Paulo Magrão – Associação Capão Cidadão • Eduardo Brechó, Alex Barcellos, Akins Kinte, Kennyaata, Fino Du Rap, Dugueto Shabazz – Time Narra Várzea • Marco Pezão – Sarau A Plenos Pulmões.
Tanaka Eduardo e Negoh Puma – Batalha TSP • Alex Barcellos – Narra Várzea • Aline Maria – Ateliê Popularte • Thiago Vinicius – União Popular de Mulheres
Dimas Reis Gonçalves – Grupo Sambaqui
Aline Maria – Ateliê Popularte • Daniel Marques da Silva – Sarau O que dizem os umbigos
Ione Dias e Paulo Magrão – Balé Capão Cidadão
Binho e Suzi Soares – Sarau do Binho
Todas as imagens ©Léu Britto/Agência Popular de Cultura Solano Trindade