Sabe-se que a primeira participação do Brasil na Bienal de Veneza foi em 1950, na 25ª edição da bienal mais antiga do mundo, que teve sua primeira edição em 1885. Em pesquisa de Liliana Mendes realizada 1994/1995 sobre a história Francisco Matarazzo Sobrinho, há um capítulo dedicado às Bienais de Veneza, no qual são apresentados detalhes sobre a participação brasileira:
Em 1950, Ciccillo Matarazzo já havia criado o Museu de Arte Moderna de São Paulo (1949) e decidiu levar por conta própria uma delegação de artistas brasileiros a Veneza. O projeto para a realização de uma Bienal Internacional no Brasil já estava em andamento, e Veneza, na visão de Ciccillo, era a oportunidade perfeita tanto para o posicionamento do país no panorama artístico internacional quanto para fazer novos contatos com outras delegações. E apesar do pouco tempo de preparação, a delegação brasileira contou com os seguintes artistas: Roberto Burle Marx, Milton Dacosta, Cícero Dias, Emiliano Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho, José Pancetti, Candido Portinari, Alfredo Volpi, Bruno Giorgi, Victor Brecheret, Lívio Abramo e Oswaldo Goeldi.

Corriere Sicilia-Catania, 9 de julho de 1950
No catálogo da 25ª Bienal de Veneza, embora oficialmente conste como comissário José Simeão Leal – o diretor do Serviço de Documentação do Ministério da Cultura –, há uma menção que destaca a organização da delegação brasileira com a curadoria do Museu de Arte Moderna de São Paulo, presidido por Francisco Matarazzo Sobrinho. O texto de apresentação, do então diretor artístico do MAM Sergio Milliet, finalizava informando que o Museu de Arte Moderna preparava para o ano seguinte (1951) uma Bienal ao modelo de Veneza em São Paulo.
Após inaugurar a presença do Brasil em Veneza, o Museu de Arte Moderna de São Paulo passou a ser oficialmente o responsável pela seleção das obras enviadas a Veneza até 1963, quando a Fundação Bienal recém fundada e separada do Museu, passou a coordenar essa atividade. Cinco anos mais tarde, em 1968, com o agravamento dos problemas de saúde de Ciccillo, a representação brasileira em Veneza passou a ser organizada pelo Ministério das Relações Exteriores até 1993, quando a Fundação Bienal de São Paulo retomou a tarefa.