A mostra 30 × bienal – Transformações na arte brasileira da 1ª à 30ª edição já começou, e segue no Pavilhão da Bienal até o dia 8 de dezembro. A exposição tem caráter comemorativo e reúne 111 artistas brasileiros que participaram de outras edições da Bienal.
De acordo com o curador Paulo Venancio, 30 × bienal apresenta desde a polêmica sobre a arte abstrata que dominou os anos 1950, passando pela nova figuração, pelo experimentalismo e pelo influxo da arte pop nos anos 1960, pela atmosfera conceitual nos anos 1970, pelo retorno à pintura nos anos 1980 e pelas chamadas práticas contemporâneas que se manifestam desde o final do século 20.
O Educativo Bienal realiza visitas orientadas pela mostra de segunda a sexta para grupos agendados, e aos finais de semana para público espontâneo. Confira a opinião de quem já passou por aqui:

“Gostei da parte política da exposição. Obras como a do Antonio Manuel permanecem super atuais, me remeteu muito as manifestações que aconteceram nesses últimos meses. A ideia de interação que ele propõe com esta obra me fez refletir o que está escondido, tapado, o que a mídia não mostra. Acredito que a arte mostra o que muitas vezes não podemos ver. Fiquei encantada também com a obra de fios da Mira Schendel, os índios da Claudia Andujar, e os pássaros livres da Laura Lima. Está belíssima a exposição.”
Beatriz Stephanie, 18 anos
Escola Estadual Gabriel Pereira
Onde mora? Mogi das Cruzes

“As perguntas que a educadora fez para nosso grupo ampliou minha perspectiva do mundo, foi muito cativante. Ver que um objeto, muitas vezes não é apenas um objeto, como no caso da marmita. As obras que mais me interessaram foram as pinturas da geração de 80.”
Wellington Marques, 18 anos
Escola Estadual Moacir Campos
Onde mora? Santa Teresinha

“Adorei a exposição, eu gosto muito de arte, meu caderno é repleto de desenhos. Achei legal a visita com o educador porque eu conheci outros tipos de arte. A obra que eu mais gostei foi uma de ferro, que está no último andar. Também gostei muito de um quadro vermelho que saia da parede em direção ao espaço, e da obra que tem várias caixinhas de chiclete.”
Rillary Santos, 9 anos
Escola Estadual Professor José Roberto Friebolim
Onde mora? Guarulhos

“A obra que eu mais gostei foi a que tem uma espécie de meia fina branca com bolinhas de isopor dentro. Achei linda porque forma uma bela escultura. Também gostei dos vídeos do artista que se prende aos animais, achei forte. Eu não sabia que a arte poderia ser tudo, e adorei perceber isso na exposição.”
Myrella Ekilarino, 9 anos
Escola Estadual Professor José Roberto Friebolim
Onde mora? Guarulhos

“Achei magnífica. Como é uma mostra retrospectiva senti que tivemos grandes momentos e grandes mudanças na arte brasileira. Hoje é comum trabalhos com performance, esculturas, instalações. A obra que mais me chamou atenção foi a da Mira Schendel, linda e delicada.”
Thalia França, 15 anos
Escola Estadual Alcir Oliveira Porcíncula
Onde mora? Osasco

“Muito boa a exposição. A obra que me marcou foi o painel de luzes, do Palatnik, e o quadro que tem várias perucas saindo da tela.”
Kaiqui Santos, 10 anos
Escola Estadual Pastor Amaro
Onde mora? Cocaia

“Hoje eu aprendi coisas diferentes. Achei que arte fosse mais pintura, tela, quadros, e não tudo isso que vi aqui na exposição, foi uma ótima experiência.”
“Eu gostei porque podemos aprender mais sobre assuntos que já estudamos e ver obras que ainda não conhecíamos. Após a visita, dei mais valor às obras. Achava que muitas delas era algo banal, mas percebi que tem todo um conceito por trás. Minha preferida foi a obra da Mira Schendel que tem diversos fios de nylon.”
Maria Eduarda Coelho, 14 anos e Yasmin Reis, 14 anos
Escola Estadual Maria Vera Lombardi Siqueira
Onde moram? Jardim Silva Teles

“Estamos muito ansiosas pelos artistas que já estamos estudando. Eu particularmente gostaria de ver obras da Lygia Clark, que estou trabalhando com meus alunos. Gostaria que a exposição fosse bem comunicativa e interessante para o público.”
Nayara Ferreira, do Centro Social de Parelheiros, na fila para entrar na exposição.

“A minha expectativa é que elas tenham contato direto com as obras, pois trabalhamos com formação continuada do desenvolvimento infantil e linguagem infantil, e esse ano, o foco é a linguagem visual. Gostaríamos de ver como a visita a exposição pode criar contextos para a experiência. Trabalhamos com arte contemporânea a partir do interesse das crianças, e são elas que escolhem um artista para criar uma sequencia de trabalhos e mergulhar nessa poética. Como elas são muito pequenas (0 a 3), elas não estudam vida e obra de cada artista e sim os materiais usados e a interação. Por isso, achamos importante trazer as professoras para conhecerem esses trabalhos de perto.”
Cinthia Manzano, Instituto Avisa Lá, que acompanhava um grupo de 80 professoras do Centro Social Parelheiros.
“Desde o ano passado a gente já percebia a dificuldade em trabalhar com arte contemporânea. Mas como a nossa proposta de estudo fica muito no papel, sentimos necessidades de trazê-las para essa exposição. Conhecer, entrar em contato com a obra é muito diferente, é um contato real, uma experiência. Queremos criar dentro de cada uma o que a obra te traz para que elas se sintam a vontade e entendem o que elas estão propondo para as crianças”
Rosemary de Oliveira, diretora pedagógica do CEI Parelheiros, que acompanhava um grupo de 80 professoras do Centro Social Parelheiros.
Texto: Vivian Lobato
Foto: Sofia Colucci