Vista do pátio do MoMA a partir da Sala de Pesquisa do Museu, no 6º andar do edifício anexo
Em janeiro de 2013 a pesquisadora Fernanda Curi, do Arquivo Bienal, realizou uma visita técnica ao Arquivo, Biblioteca e Centro de Pesquisa do MoMA, em Nova York. Inicialmente, agradecemos à nossa anfitriã, Beatriz Olivetti, assistente de curadoria no departamento de desenho do museu e que em outubro de 2012 realizou uma pesquisa no Arquivo Bienal.
É importante lembrar que, em sua origem, a Bienal de São Paulo (1951) estava vinculada ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, fundado por Francisco Matarazzo Sobrinho em 1949, cuja principal referência era o Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA, fundado em 1929.
É interessante notar que no caso da Bienal de São Paulo, o Arquivo foi constituído bem no início, pouco mais de três anos após a 1ª Bienal (outubro-dezembro de 1951), antes mesmo que fosse instituída a Fundação Bienal (1962). Já no caso do MoMA, os Arquivos foram estabelecidos em1989, sessenta anos depois da criação do Museu.
A Biblioteca, os Arquivos e o Centro de Estudos do Museu de Arte Moderna de Nova York constituem um dos maiores e mais abrangentes acervos de pesquisa dedicados a arte moderna e contemporânea. Recomenda-se como ponto de partida para pesquisa a biblioteca do Museu, na qual a maioria dos livros e periódicos podem ser centralmente acessados. Para consultar as fontes primárias do acervo relacionadas à historia do Museu e da arte moderna e contemporânea, deve-se contatar os Arquivos do Museu. Ainda, para pesquisar materiais relacionados às obras específicas da coleção do Museu, recomenda-se consultar o Centro de Estudos correspondente a cada área: Arquitetura e Design, Filme e Vídeo, Desenho, Pintura e Escultura, Fotografia e Gravura.
O acervo do Arquivo do MoMA está distribuído em dois edifícios: um deles localizado no edifício anexo ao Museu em Manhattan e outro no bairro do Queens. Para realizar uma pesquisa presencial é necessário agendamento. Um guia do acervo pode ser acessado online para facilitar a pesquisa nas fontes primárias. Também pode ser visto na internet o Programa de História Oral Institucional produzido pelo Arquivo do Museu, que já contêm mais de cem histórias contadas por artistas, pesquisadores, curadores e membros do conselho do Museu.
É impressionante ver um centro de pesquisa tão bem cuidado, com instalações e equipamentos de ponta e uma sala de pesquisa/biblioteca que faz a alegria de qualquer pesquisador.
Sala de Pesquisa
Estante com as últimas edições de revistas e jornais de arte para consulta e outra com os catálogos de todas as exposições realizadas pelo MoMA.
Equipamentos para microfilmagem e reprodução de documentos.
A visita terminou na sala do museu dedicada às exposições organizadas pelo Arquivo do MoMA, nas quais a curadoria é feita a partir de documentos do acervo. Na ocasião estava sendo montada a exposição This is the Way Your Leverage Lies – The Seth Siegelaub Papers as Institutional Critique.
Montagem da exposição This is the Way Your Leverage Lies – The Seth Siegelaub Papers as Institutional Critique.
A mostra reúne documentos de uma importante coleção recentemente incorporada ao acervo do Museu, que pertenceram a Seth Siegelaub, curador, galerista, editor e figura central do movimento experimental e anti-establishment da arte conceitual dos anos 1960 e 1970.
Coincidências à parte, o documento número 1 da primeira vitrine da exposição é um flyer de 1969, que circulou no movimento internacional em protesto à 10ª Bienal de São Paulo (1969) – conhecida como a “Bienal do Boicote” – como resposta ao uso da tortura durante a ditadura militar no Brasil.
Flyer de 1969 no boicote à 10ª Bienal de São Paulo, da coleção de Seth Siegelaub, agora parte do acervo do MoMA.