Walid Raad nasceu em Chbanieh (Líbano) em 1967. Vive e trabalha em Nova York (Estados Unidos). Por meio de fotografias, instalações, publicações e performances – como sua recente contribuição para a Documenta 13 –, Walid Raad dá forma a uma viagem de descobrimento visual e narrativa como resposta às mudanças percebidas atualmente – ao mesmo tempo em que maior atenção é dada à cena de arte contemporânea no Oriente Médio e a história da arte nos países árabes.
Um dos primeiros nomes anunciados para a Bienal vindoura, Raad condensa uma polêmica produção artística, com obras que misturam ficção, realidade e denúncia. Por trás da fundação fictícia The Atlas Group (1989-2004), divulgava dados sobre a violência no Oriente Médio por meio de metáforas visuais. Também liderou o boicote à construção da filial do Guggenheim em Abu Dhabi até que a situação de trabalhadores em regime de semiescravidão fosse regularizada.
Com referencia aos escritos do crítico libanês Jalal Toufic, o artista sugere que obras criativas são eclipsadas pelos traumas da história (guerras, conflitos, transformações geopolíticas). Em seu universo artístico, sombras, reflexos, interstícios, ilusões de ótica e distorções de escala sustentam uma mentalidade poética. Essas pistas, contornos ou marcas evocam um referente ausente. O objeto ou imagem para o qual eles servem de testemunha escapam do nosso alcance. Por isso, cada fotografia de um trabalho nas coleções do Departamento de Arte Islâmica do Louvre leva a um novo quebra-cabeça visual, impedindo os espectadores de chegarem a conclusões fáceis sobre o que veem.
Discutindo do absurdo ao desastre, do formalismo à narrativa, do artista ao mercado de arte, sua obra é resultado de uma pesquisa de alta frequência. Para a 31 ª Bienal de São Paulo, Raad vai investigar a presença da herança cultural árabe no Brasil e as trocas artísticas organizadas no século 20.